quarta-feira, 30 de abril de 2008

Navegando na crise

Neste ano em que completo 40 anos de vida no planeta, uma série incontável de questões me surgem. Minha mente não para e eu quero pensar a respeito de tudo. Para entender o processo de viver e morrer estive investigando tudo o que pude. Teorias, conceitos, filosofias e religiões de todas as épocas e regiões do planeta me interessaram.
Fico algo espantado comigo ao perceber que muitas idéias comuns a certas crenças e conceitos já havia desenvolvido. Isto porque sigo uma lógica que independe de minha vontade, então me parece que dentro do emaranhado de conceitos de uma determinada crença e filosofia algumas idéias e conhecimentos estão corretos, ou no caminho correto, outros não.
A questão essencial do Infinito gera uma gama diversificada de conceitos. Alguns são puramente fantasiosos, com descrições que podem habitar apenas o âmbito da mente humana. Evidente ainda que a mente humana seja limitada. Querer compreender o que está além da imaginação é uma arrogância admitida somente em uma mente infantil. Querer ainda afirmar ter compreendido o infinito usando uma mente limitada para fazê-lo é de uma inocência pueril. Ao admitir o infinito é necessário também admitir que não pode ser concebido pela mente humana, simplesmente por ser, a mente humana, limitada, restrita ao conhecimento adquirido, que é bastante reduzido.
Posso admitir que seja eterno. Mas, não posso explicar de que forma sou eterno. Ao admitir a eternidade e admitir a morte (sem temê-la) é forçoso admitir que não serei eterno na forma que sou hoje. Este EU há de morrer e um novo ser há de surgir. A morte do corpo vai dar lugar a um novo ser, a um novo modo de vida. Caso não esteja preparado para este evento natural, a morte, tentarei fazer permanecer este ego (eu) no qual creio (ismo) gerando um retardo na minha própria evolução. Mantendo, ou tentando manter, a imagem antiga e já falida de mim mesmo.
Este fenômeno acontece mesmo enquanto na carne, o ser humano luta desesperadamente para manter sua própria imagem, evita desenvolver novas capacidades e novos aspectos de si mesmo, com o temor de não ser mais o mesmo. Teme tornar-se algo diferente, o que de fato é verdade. Podemos perceber que inclusive a própria evolução do espírito está vinculada a sua vontade. Por vezes o ser exige mais transformação do próximo que de si próprio. Embora essa exigência esteja vinculada a sua vontade, ou seja, querer que o outro mude de acordo com os próprios critérios.
Não temo a morte e anseio a transformação.

2 comentários:

Unknown disse...

Admitindo ainda que prematuramente a morte do "eu" não só físico mas mental, passaria essa transformação pela morte total da razão,ou seja, das coisas "maravilhosas" q nosso intelecto foi capaz de aprender?

Antenor Emerich disse...

espero que não. O) \O/